Cuba pretende atingir a chegada de 3,5 milhões de visitantes este ano como parte das metas e indicadores do Plano 2023 no setor
«A situação atual em Cuba precisa do turismo e da renda que ele pode trazer para a economia nacional, e é por isso que, apesar de todas as adversidades que o setor enfrenta, é preciso fazer mais para gerar mais divisas e resolver os problemas do povo», disse Manuel Marrero Cruz, membro do Bureau Político do Partido e primeiro-ministro, na terça-feira, 28 de março.
Nosso país já recebeu mais de 700.000 visitantes estrangeiros até março. Foto: Rodolfo Blanco Cué
Presidindo, desde a sede do Palácio da Revolução, a reunião anual de balanço do ministério do Turismo (Mintur) - da qual também participaram Yudi Mercedes Rodríguez Hernández, membro do secretariado do Comitê Central do Partido e chefe de seu Departamento de Serviços; Juan Carlos García Granda, ministro do Turismo; além dos principais diretivos do Mintur, entre outros convidados - o chefe do Governo lembrou que a Covid-19 multiplicou por zero este setor estratégico, que atualmente continua no esforço de recuperação dos níveis pré-pandêmicos, em meio a sérias dificuldades.
«Para atingir este objetivo», destacou Marrero Cruz, «é essencial ter prioridades de trabalho bem estabelecidas; deixar de lado o conceito de é assim que sempre fizemos”, pois somos obrigados a fazer as coisas de maneira diferente; e rever e estabelecer um sistema de trabalho diferente, em sintonia com os tempos em que vivemos, para que maiores impactos e resultados sejam realmente alcançados no setor».
No relatório apresentado pela diretoria, que resume os resultados e os principais problemas em 2022, foi detalhado que o setor estabeleceu a meta de atingir o número de 2,5 milhões de turistas, dos quais 1,0 milhão (1.014.087) de visitantes foram alcançados, 64,6% do plano, representando 37,8% do total de visitantes em 2019 e 42,3% dos recebidos por via aérea naquele mesmo ano.
Houve um aumento de 4,5 vezes em relação ao ano anterior, apesar da difícil situação internacional, do bloqueio econômico e do contínuo aumento das medidas coercitivas do Governo dos Estados Unidos contra Cuba para dificultar o desempenho econômico do país e promover uma imagem desestabilizadora para a Ilha, com suas respectivas consequências.
«Um exemplo dissotem sido manter a Ilha maior das Antilhas na lista unilateral e ilegítima dos Estados Unidos de países patrocinadores do terrorismo, e as proibições de viagem dos cidadãos norte-americanos ao nosso país; e privar os cidadãos de outras nações do direito de usar o Programa de Isenção de Vistos (ESTA) se for provado que entraram na Ilha».
O documento afirmava que embora os indicadores econômicos, tais como receita turística, eficiência, lucro e renda média tenham sido atingidos, a meta de alcançar receitas de um bilhão (1.066,800.000) de dólares com a exportação de serviços também foi afetada como resultado do descumprimento do número de visitantes estrangeiros que chegam.
Embora tenha havido uma recuperação em relação ao período anterior, houve muitas dificuldades e ineficiências que afetaram o desempenho da atividade turística no ano passado.
Segundo o relatório, houve problemas no setor de transporte e aviação, relacionados à qualidade dos serviços e à disponibilidade de combustível, entre outros aspectos, que afetaram o desenvolvimento do turismo.
Houve também sérios efeitos na logística, devido à falta de disponibilidade financeira em tempo hábil, o que levou a atrasos nas matérias-primas para a produção nacional, produtos de consumo importados e ciclos logísticos mais lentos.
O plano de investimento, os serviços técnicos, os negócios e o capital humano, entre outros indicadores, também foram afetados por problemas objetivos e subjetivos.
Refletindo sobre vários aspectos do relatório, o primeiro-ministro advertiu que a situação atual no país não será resolvida em curto prazo, portanto todos os setores, incluindo o turismo, têm que buscar soluções alternativas e inovar.
No caso deste setor estratégico, Marrero Cruz pediu o uso de autogestão de recursos, a possibilidade de utilizar a terra para o fornecimento de alimentos essenciais para o atendimento ao cliente e o uso de fornecedores dispostos a financiar e importar matérias primas.
Destacou a atenção às reclamações dos turistas sobre deficiências no serviço, a falta de diálogo com os trabalhadores, a ausência de animação turística e atividades noturnas nos hotéis, os investimentos paralisados há muito tempo, os maus tratos aos parceiros do setor que operam no país, as ilegalidades, entre outros fenômenos.
«Não podemos nos deixar ultrapassar por problemas», insistiu o chefe do Governo, ao mesmo tempo em que recomendou que continuemos procurando negócios benéficos para o desenvolvimento do turismo em Cuba, promovendo diretivos empreendedores, continuando a explorar novos incentivos no campo comercial e fizermos uma reviravolta em termos de imagem e publicidade com maior inovação e criatividade.
CUBA QUER AUMENTAR CHEGADA DE TURISTAS ESTE ANO
Como parte das metas e indicadores do Plano 2023 no setor, Cuba pretende atingir a chegada de 3,5 milhões de visitantes este ano, com muito trabalho, dedicação e compromisso com a tarefa, conforme destacado no relatório de balanço anual.
Neste esforço, para o primeiro semestre do ano, o plano é chegar a 1.842,7 visitantes, um número que deverá ser alcançado em julho, e que já se situa em mais de 700.000 até março.
O Plano 2023 também se caracteriza por um crescimento de 116,8% na chegada de visitantes e 79,9% de turistas estrangeiros por dia; enquanto a exportação de serviços está projetada em 1,2 bilhão (1.232.500.000)de dólares, 56% maior do que em 2022 e 56,5% do nível alcançado em 2019.
Foi enfatizado que, para atender a estes indicadores e aumentar a qualidade e a competitividade do destino cubano, existe um sistema de trabalho com responsabilidades e critérios de medição bem definidos.
Em relação à próxima Feira Internacional de Turismo, a ser realizada em maio, foi feito um chamado para colocar todo o esforço necessário para impulsionar o setor.