A vida corrida das grandes cidades, que já chegou até mesmo a pequenos municípios do país, muitas vezes não permite que seus moradores tenham um olhar mais detalhado sobre sua história cultural. Em uma cidade como São Paulo, que está entre as maiores do mundo, a riqueza de cada detalhe, em cada local, torna possível fazer não só do viajante, mas principalmente do próprio paulistano, um turista onde vive.
Foi com essa premissa que o arquiteto, escritor e pesquisador Paulo Rezzutti, um dos maiores pesquisadores do Brasil Imperial, autor de livros como Domitila e Titília e o Demonão, juntamente com a Kátia Nicolav, a Cacau, organizadora de eventos e guia de turismo com ampla experiência em roteiros histórico-culturais, criaram o Turismo na História. A ideia é que as pessoas possam ter um novo olhar sobre os locais, muitas vezes presentes no seu dia a dia, com acesso a informações pouco conhecidas e por meio de experiências in loco.
Nos roteiros organizados pelo Turismo na História são narrados fatos, demonstrando como os espaços foram constituídos, como ocorreram as mudanças de hábitos e costumes por meio de personagens e acontecimentos de outras épocas. “Apesar de São Paulo tentar, de diversas maneiras, preservar seu patrimônio edificado e imaterial, o trabalho que realizamos, por meio das histórias do dia a dia das cidades e de seus costumes, garante que informações importantes não se percam”, explica Cacau.
“Existem ótimos museus em São Paulo e em outras cidades, porém, a história de um município também pode ser contada e vivenciada por meio de seus personagens, prédios, suas praças e seus monumentos”, diz. “A partir disso, elaboramos nossos roteiros e convidamos nossos participantes a mergulharem nessa história contada nas ruas”, completa.
Nesses encontros, algumas das curiosidades divulgadas chamaram bastante a atenção dos participantes. Em um deles, por exemplo, em um velho casarão no centro da cidade, durante uma demolição, um operário encontrou um cano lacrado com instruções para se chegar a um tesouro escondido. Outra curiosidade, presente em uma das igrejas também do centro da cidade, e apresentada aos visitantes, foi o crânio de uma santa, degolada aos quinze anos de idade.
Rezzutti explica que também há grupos à noite, uma opção para quem quer passear e ter um ponto de vista noturno, com muitas curiosidades e segurança. “Está mais do que na hora de os paulistanos saberem que é possível ocupar o espaço da cidade, que é nosso, e usufruí-lo”, diz. “Esses passeios são uma ótima oportunidade para se conhecer novas facetas da cidade. E em grupo, as pessoas trocam experiências e passeiam de maneira segura”, acrescenta.
Turismo histórico ampliado – Nos próximos meses, os passeios serão estendidos a outras cidades, entre elas, a capital fluminense. “Em julho, haverá três dias na cidade do Rio de Janeiro e dois em Petrópolis, onde iremos apresentar a história do Brasil, desde a chegada da corte ao Rio até a queda do Império”, conta Rezzutti. “Também planejamos viagens rápidas de um dia ou um final de semana para cidades como Bananal, Itu, Sorocaba, Santos, entre outras”, finaliza.
Para mais informações sobre os próximos roteiros, acesso o site www.turismonahistoria.com.br.