Todo viajante quando retorna de um safári na África relata que é uma das mais incríveis experiências que o homem poderia viver, graças ao encontro com a natureza, onde o ciclo da vida recomeça a cada amanhecer, numa comunhão perfeita entre terra e animais.
É triste saber que ainda nos dias de hoje existem pessoas que exterminam animais pelo simples prazer de matar, se é que podemos chamar tais indivíduos de pessoas.
Mas se existem esses caçadores é porque ainda há nativos corruptíveis, que abocanham fortunas para destruir um dos nossos maiores patrimônios: os animais selvagens.
Notoriamente, o Kruger Park é o modelo de safári que conhecemos para avistar os Cinco Grandes (Big Five): o elefante, o búfalo, o rinoceronte, o leão e o leopardo – o mais difícil de encontrar pelos hábitos noturnos. Mas pouca gente sabe que existem outros safáris tão incríveis quanto esse e muito diferentes em estilo.
Coloque roupas beges e verdes na mala, junto com chapéu, óculos e protetor solar, vá e volte apenas com lembranças e fotos. Ainda chegará o dia em que o único disparo que ouviremos será o das máquinas fotográficas.
Escondido em pontos de observação ocultos
O Parque Nacional de Hwange ganhou fama recentemente quando um caçador americano matou Cecil, o leão n. 1 e o mais querido do parque; mesmo o local sendo considerado o maior, mais acessível e conhecido parque de safáris do Zimbábue há tempos. Hwange também abriga um dos últimos grandes santuários de elefantes na África. No extremo leste, os visitantes contemplam a vida selvagem a partir de pontos de observação subterrâneos ou plataformas elevadas, fora do alcance de visão dos animais.
De trem pela África do Sul
Trens luxuosos da Rovos Rail percorrem o trecho entre Durban e Pretória, atravessando paisagens magníficas e vilarejos tradicionais com paradas estratégicas em parques de safári, como a Reserva Mkhaya Game pela manhã e o Kruger Park ao entardecer, antes do jantar típico em volta da fogueira. Aprecie a paisagem dramática das Montanhas Drakensberg pela janela do vagão especial e retire-se para dormir na suntuosa suíte que ganha em conforto de muitos hotéis cinco estrelas.
Em acampamentos móveis em Botsuana
Que tal ver a fauna bem de perto percorrendo o país em safáris por terra e água, conectados por voos? O Delta do Okavango é o maior oásis de vida selvagem do mundo, com planícies aluviais, lagoas e ilhas do tamanho do Rio de Janeiro. À medida que o grupo avança, acampamentos luxuosos os aguardam como oásis do deserto para recarregar a bateria para o dia seguinte. Tome café da manhã em companhia de antílopes, navegue a bordo de canoas tradicionais pelos canais cobertos por lírios e ladeados por papiros para avistar hipopótamos bocejando e circule de jipe para encontrar búfalos, girafas e zebras.
A bordo de um balão na Tanzânia
Mais de dois milhões de gnus, seguidos por incontáveis manadas de antílopes, gazelas e zebras, realizam todos os anos o maior espetáculo de migração de animais do mundo, atravessando os parques Serengeti e Masai Mara, entre Tanzânia e Quênia. A bordo de um balão ao amanhecer, você avista milhares de mamíferos aglomerados nas planícies onduladas banhadas em tons dourados pelos raios solares, que fogem ao ouvir as rajadas do maçarico do balão. Quando o silêncio reina, você é envolvido por uma magia única e inesquecível lá em cima.
Entre pássaros e mamíferos no Quênia
Um lago cor-de-rosa de tirar o fôlego! Mas, quando você se aproxima, logo descobre que não é a cor da água e, sim, multidões de flamingos se alimentando na beira do lago Nakuru no Quênia, coexistindo com hienas, girafas e rinocerontes brancos. O leste africano é um dos melhores lugares no mundo para observação de pássaros, onde mais de mil espécies vivem em habitats variados e próximos. No mesmo dia, é possível encontrar cem espécies diferentes no caminho até o rio Ewaso Ngiro, além de leões, elefantes e búfalos.
Pelas trilhas no meio da mata em Uganda
Imagine explorar a densa floresta tropical de montanha caminhando em trilhas a poucos metros dos meigos gorilas-das-montanhas e chimpanzés, no Parque Nacional Impenetrável Bwindi, onde metade desses primatas que ainda existem no mundo vivem protegidos. Assim como leões e rinocerontes, a população dessas majestosas criaturas caiu vertiginosamente devido à caça ilegal e esta é a chance de olhar bem de perto nos olhos desses doces gigantes, mas sempre em grupos pequenos e acompanhados por guias especialistas. Será uma experiência incomparável!
* Adriana Lage é editora do portal de viagem Shop & Travel Guides
(http://shopntravelguides.com/) e elabora roteiros de viagem há 20 anos.