Conheça a República de Altai, na Sibéria

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Com seu poder energético e a economia baseada na agricultura e no turismo, a região montanhosa da República de Altai (república federada da Rússia na Sibéria) atrai viajantes de todo o mundo. A maior atração para os caçadores de maravilhas é o pico mais alto da Sibéria, o monte Belukha, uma das montanhas sagradas do mundo e venerada pelos povos indígenas como criatura viva.

Com seu poder energético e a economia baseada na agricultura e no turismo, a região montanhosa da República de Altai (república federada da Rússia na Sibéria) atrai viajantes de todo o mundo.

A maior atração para os caçadores de maravilhas é o pico mais alto da Sibéria, o monte Belukha, uma das montanhas sagradas do mundo e venerada pelos povos indígenas como criatura viva. Os montanhistas e fotógrafos adoram os numerosos glaciares locais, que chegam a 1.500 e cuja neve alimenta lagos, rios e cachoeiras. As lendas folclóricas os apresentam como monstros devorando a neve.

O que você poderia levar da República de Altai? Souvenires tradicionais como instrumentos musicais, tapetes, cobertores feitos à mão com lã de cabra, frutos de cedro, estatuetas de pedra e amuletos que podem ser comprados nas lojas de Gorno-Altaisk e bancas de artesanato no museu local, ao longo da estrada de Tchuia e perto da fonte de Arjan-Suu. Entre as opções de bebida, destaque para vinhos à base de ervas locais, cuja variedade é muito grande. Não se esqueça de levar também o mel local.

Os lagos do Altai são tantos que a região reivindica o título de “país de milhares de lagos”, detido atualmente pela República da Carélia, no noroeste da Rússia. Um dos lagos mais famosos é o Teletskoe, que tem origem e estrutura semelhantes às do Lago Baikal e conta com uma fenda na rocha preenchida por água cristalina, com praias rochosas íngremes e pequenas baías. Segundo cálculos científicos, em consequência dos processos teutônicos, o lago Teletskoe vem se alargando de forma paulatina para se tornar maior do que o lago Baikal em alguns milhões de anos.

Passeios de caiaque, de esqui ou a cavalo normalmente solicitados pelos turistas não são outra atração da região. Os caçadores de aventuras vêm ao Altai em busca de algo “supernatural”: xamãs locais leem o futuro por ramos de zimbro colocados em uma fogueira sagrada, contadores de histórias das aldeias de Aktas e de Ust-Kan narram contos épicos ao som do topchur (instrumento musical local dotado de duas cordas e caixa de ressonância em forma de pera), com o canto gutural em pequenas aldeias distantes fazendo eco do ruído dos rios, que não congelam nem mesmo a -40ºC.

Fim do mundo

O Altai também é um dos “lugares de poder” para os etnógrafos e estudiosos de óvnis e ponto de encontro para aqueles que pretendem sobreviver aqui ao possível fim do mundo que se aproxima.

O turismo a cavalo é uma das opções mais cobiçadas no Altai. Alguns locais só podem ser visitados a cavalo, que podem ser alugados em qualquer aldeia ou centro de turismo. Há opções para todos os gostos. O percurso pode ser de um ou de vários dias com subidas às colinas e montanhas e idas para os lagos de difícil acesso. Normalmente, vai-se a cavalo até ao resort Fonte Quente. O percurso passa pela costa do Lago Teletskoe, perto da foz do rio Abakan.

O famoso pintor e filósofo russo Nicholas Roerich esteve aqui à frente de uma grande expedição asiática buscando vestígios de Shambhala. Agora, centenas de entusiastas vêm ao Altai para refazer o caminho de Roerich. Segundo o pintor, as lendas budistas de Shambhala serviram de base para outra lenda dos povos locais sobre um país maravilhoso chamado Belovodie (Águas Brancas), terra da liberdade e paraíso eslavo que jorra rios de leite e mel.

Os rios Bukhtarma e Katun parecem uma personificação física da lenda eslava.

Nos séculos 17 a 19, esse local servia de refúgio para velhos ritualistas (seguidores da Igreja Ortodoxa de Velhos Ritos) perseguidos pela Igreja oficial. O viajante que chega às aldeias de Multa e Zamulta acaba em um oásis de vida russa antiga: é recebido por velhos ritualistas trajados à moda antiga, cujos ancestrais radicaram-se aqui no século 17, e tem a oportunidade de ouvir muitas histórias sobre o maravilhoso país das Águas Brancas, onde não há rei, mas há bondade e justiça.

Multa e Zamulta ficam na extremidade das terras povoadas do Altai e são centros de resgate cultural da região, onde muitos ofícios antigos estão sendo recuperados.

“Quando me perguntam onde eu moro, eu respondo ‘no fim do mundo’. Essa é minha casa, atrás dela há uma vala com um rabo de fora. Que rabo? O rabo da tartaruga em cujas costas está a Terra”, diz Uimon Matriona, moradora de uma aldeia de velhos ritualistas.

A oito quilômetros dali fica uma área de exploração de cervos siberianos, onde, na primavera, pode-se ver como são cortados os chifres.

A composição étnica da região tem a seguinte distribuição: 63% de russos, 31% de grupos autóctones e 6% de cazaques. Apesar das diferenças étnicas e religiosas, o Altai é uma das regiões mais pacíficas do país e tem tanto santuários pagãos dos povos indígenas quanto igrejas ortodoxas e templos da Igreja de Velhos Ritos.

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